Entender o ICMS interestadual pode parecer um desafio complexo, especialmente se você está começando a mergulhar no mundo dos impostos ou se está tentando gerenciar um negócio no Brasil.

O ICMS é um imposto que incide sobre a movimentação de produtos e serviços de um estado para outro, e saber como ele funciona é fundamental para evitar surpresas desagradáveis com custos adicionais.

Além disso, cada produto pode ter um código específico, conhecido como CST (Código de Situação Tributária), que define como o imposto é aplicado, seja para produtos feitos aqui no Brasil ou importados de outros países.

Neste artigo, vamos explorar de forma clara e direta tudo o que você precisa saber sobre o ICMS interestadual.

Mais do que um Artigo, um Curso Completo sobre ICMS Interestadual, com Direito a Certificado

Aprenda, do básico ao avançado, sobre produtos nacionais e importados, as regras e cálculos do ICMS Interestadual, com videoaulas explicativas. Ao concluir este módulo, você terá a oportunidade de obter seu certificado, com base em todos os conhecimentos adquiridos.

O que é ICMS Interestadual?

Imagine que você está enviando um produto de São Paulo para Minas Gerais.

Esse envio é o que chamamos de operação interestadual, pois envolve dois estados diferentes.

E é aqui que entra o ICMS interestadual – um imposto que é aplicado nesse tipo de transação.

Agora, dependendo do que você está enviando e de onde vem, o imposto pode variar. Para a maioria dos produtos fabricados no Brasil, o ICMS pode ser de 7% ou 12%.

Mas se o seu produto veio de outro país, mesmo que você o compre aqui no Brasil, o ICMS é um pouco diferente, fica em 4%.

Vamos começar entendendo como funciona para os produtos brasileiros, aqueles feitos dentro do nosso país.

Depois, falaremos sobre os produtos importados e como o imposto funciona para eles.

Abaixo, temos uma tabela que vai ajudar você a entender melhor esses valores dependendo de onde você está enviando ou recebendo seu produto no Brasil.

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Tabela de ICMS para Operações Interestaduais

Navegar pela tabela de ICMS para transações entre diferentes estados do Brasil pode parecer complicado, mas é mais fácil do que você pode imaginar!

Vamos descomplicar esse processo com um passo a passo simples:

Passo 1: Encontre o Estado de Origem

Olhe para as linhas da tabela e encontre o estado onde a venda está sendo realizada. Este é o seu ponto de partida.

Passo 2: Procure pelo Estado de Destino

Agora, olhe para as colunas e localize o estado para onde o produto está indo, o seu estado de destino.

Passo 3: Veja a Alíquota na Intersecção

Cruze as informações do estado de origem com o estado de destino.

Onde elas se encontram, você verá o percentual de ICMS que será aplicado à sua operação.

Por exemplo, se você está enviando um produto de São Paulo (SP) para o Rio de Janeiro (RJ), basta encontrar SP nas linhas e RJ nas colunas.

Onde as duas se cruzam é onde você encontra a alíquota de ICMS para essa operação, que no caso é de 12%.

Já de SP para BA o ICMS é 7%.

Para tornar as coisas ainda mais simples, destacamos a alíquota padrão de cada estado, que corresponde às operações internas.

A tabela está aqui para ser sua referência rápida e confiável sempre que precisar.

Convenhamos, tentar decorar tudo isso dá até dor de cabeça, não é?

Como decorar esta Tabela de Cabeça?

O governo dividiu o País em dois grupos, sendo eles: estados desenvolvidos e estados em desenvolvimento.

Os estados desenvolvidos contam com toda a zona Sul e Sudeste do País, com exceção do Espírito Santo; e os estados em desenvolvimento classificam o restante do Brasil.

  • Estados desenvolvidos (MG, PR, RJ, RS, SC e SP).
  • Estados em desenvolvimento (demais estados).

Mas por que foi feita essa divisão?

Porque os estados considerados como desenvolvidos detêm a maior participação da arrecadação de ICMS do País, sendo mais de 60,00% do montante total, então o governo criou uma regra de forma a distribuir melhor o ICMS.

Por isso, o imposto se comporta de maneira diferente para cada grupo em operações interestaduais.

Mas acredite, não precisa conhecer a tabela anterior de cor e salteado.

Existe uma maneira mais fácil de ter todas as alíquotas interestaduais na ponta da língua.

Esse truque consiste em observar o mapa, tendo em mente um conceito simples:

Imagine que em todas as operações interestaduais, o ICMS é 12,00% e só será 7,00% quando o produto sair dos estados desenvolvidos para os estados em desenvolvimento, ou seja, do verde para o preto, é 7,00%.

Agora que já entendemos a regra para produtos nacionais, vamos entender a regra para produtos importados.

ICMS em Operações Interestaduais para Produtos Importados

No ano de 2013, o Senado criou a resolução 13, que criou uma diferenciação de produtos importados e nacionais.

Esta nova regra alterou o ICMS nas operações interestaduais para estes produtos considerados importados, saindo de 7,00% ou 12,00% para 4,00%.

Para definir o que são produtos importados, o governo criou um código chamado CST (Código da Situação Tributária).

Importante: Os produtos importados só terão alíquota de 4,00% quando a operação for interestadual.

Quando a operação for interna, seguirá a alíquota interna do estado de acordo com a NCM ou regra-padrão.

O que é CST?

CST é o (Código da Situação Tributária) um código de 3 dígitos, sendo que o primeiro pode variar de 0 a 8.

Quem faz a classificação deste código de 0 a 8 é a indústria ou empresa que importa o produto.

Com esta classificação, é possível definir se o produto vai ter o ICMS de

4,00%, 7,00% ou 12,00% nas operações interestaduais.

Produtos com CST iniciados em 1, 2, 3 e 8 são considerados importados e têm a alíquota de 4% em operações interestaduais.

Os produtos que estão na CST 0,4,5,6 e 7 são considerados nacionais.

Veja a tabela abaixo e entenda:

CST - CÓDIGO DA SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA - SIMTAX

Importância da Classificação:

Por isso é tão importante em qualquer cadastro você perguntar para o fornecedor a CST do produto.

Ela garante que o imposto seja aplicado de acordo com a natureza do produto e o tipo de transação, mantendo a tributação justa e equilibrada.

Operações Interestaduais:

  • Produtos Importados – CST (1, 2, 3 e 8) – ICMS 4% – operações interestaduais
  • Produtos Nacionais – CST (0,4,5,6 e 7) – ICMS 7% ou 12% – operações interestaduais

Para compreender melhor o funcionamento do código CST e sua importância na tributação, preparamos um vídeo completo. Assista agora mesmo.

O Resumo das Regras do ICMS Interestadual é o seguinte:

Produtos Importados:

  • 4,00% quando a operação for interestadual.

Quando a operação for interna, seguirá a alíquota interna do estado de acordo com a NCM ou regra-padrão.

Produtos Nacionais:

  • Quando o produto sair de um estado desenvolvido para outro estado desenvolvido, a alíquota é de 12,00%;
  • Quando o produto sair de um estado em desenvolvimento para outro estado em desenvolvimento, a alíquota também será de 12,00%.
  • Quando o produto sair de um estado em desenvolvimento para um estado desenvolvido, a alíquota continua sendo 12,00%.
  • Quando o produto sair de um estado desenvolvido para um estado em desenvolvimento, a alíquota passa a ser 7,00%.

Como calcular o ICMS nas Operações Interestaduais?

Vamos agora ilustrar este processo com um exemplo prático.

Imagine que uma indústria, sediada em São Paulo, vende um suplemento para o Estado de Minas Gerais.

Vamos definir o produto como Nacional.

Neste caso, ela deve aplicar a alíquota interestadual do ICMS, que neste caso é 12%.

Quando essa indústria realiza a venda, a rede farmacêutica que adquire o produto tem direito a um crédito equivalente ao valor pago pela indústria em ICMS.

Ao revender o produto para o consumidor final, a rede farmacêutica também precisa calcular o ICMS sobre o valor da venda, novamente utilizando a alíquota interna do estado.

No entanto, ela pode abater o crédito gerado na compra dos produtos da indústria, pagando apenas a diferença entre o ICMS devido e o crédito acumulado.

Para facilitar o entendimento deste processo, vamos analisar um exemplo prático de uma operação em que uma indústria vende seus produtos para uma rede varejista, que posteriormente os comercializa para os consumidores finais.

ICMS Operação Interestadual - Cadeia Comercial SIMTAX

A princípio, vamos analisar essa operação pelo ponto de vista da indústria:

A indústria vende um produto de São Paulo para Minas Gerais por R$ 100,00, com uma alíquota de ICMS de 12,00%.

Preço de Venda = 100,00

ICMS da Operação = 12,00%

ICMS Débito = (Preço de Venda x ICMS da Operação)

ICMS Débito = 100,00 x 12,00%

ICMS Débito = 12,00

Faturamento Líquido = (Preço de Venda – ICMS Débito)

Faturamento Líquido = 100,00 – 12,00

Faturamento Líquido = 88,00

Nesse caso, a indústria vendeu o produto por R$ 100,00 e, descontando o débito do ICMS, teve um faturamento líquido de imposto de R$ 88,00.

Agora, vamos analisar o ponto de vista da rede, a partir da compra em Minas Gerais

A rede compra o produto por R$ 100,00 e tem um crédito de 12,00% sobre a compra.

Veja que preço de compra é diferente de custo.

Preço de Compra = 100,00

ICMS da Operação = 12,00%

ICMS Crédito = (Preço de Compra x ICMS da Operação)

ICMS Crédito = 100,00 x 12,00%

ICMS Crédito = 12,00

Custo = (Preço de Compra – ICMS Crédito)

Custo = 100,00 – 12,00

Custo = 88,00

Operação de venda da rede:

A rede vende o produto em Minas Gerais por R$ 150,00, com uma alíquota de ICMS de 18,00%.

Preço de Venda = 150,00

ICMS da Operação = 18,00%

ICMS Débito = (Preço de Venda x ICMS da Operação)

ICMS Débito = 150,00 x 18,00%

ICMS Débito = 27,00

Faturamento Líquido = (Preço de Venda – ICMS Débito)

Faturamento Líquido = 150,00 – 27,00

Faturamento Líquido = 123,00

Veja que a rede agora deve para o governo de Minas Gerais o valor de R$ 27,00, porém, ela tem um crédito da compra de R$ 12,00.

Dessa forma, ela deve pagar ao governo a diferença de débito e crédito, que confere ao valor de R$ 15,00.

ICMS Débito = 27,00

ICMS Crédito = 12,00

Valor a Pagar = 15,00

Para finalizar o raciocínio, vamos à visão do Governo de Minas Gerais:

Débito pago pela Indústria = 12,00

Diferença paga pela Rede = 15,00

Total Arrecadado = (Débito pago pela Indústria + Diferença paga pela Rede)

Total Arrecadado = 12,00 + 15,00

Total Arrecadado = 27,00

Perceba que o governo de São Paulo fica com R$ 12,00 e o Governo de minas fica com R$ 15,00, somando a arrecadação daria R$ 27,00 que é igual a 18,00% do valor final do produto, e este chegou ao consumidor final por R$150,00.

Total Arrecadado = 27,00

Valor final da Venda = 150,00

Representa = (Total Arrecadado / Valor final da Venda)

Representa = 27,00/150,00

Representa = 0,18

Representa = 18,00% (transformando em percentual)

Conta completa visão Rede:

Preço de Compra = 100,00

ICMS da Operação = 12,00%

ICMS Crédito = (Preço de Compra x ICMS da Operação)

ICMS Crédito = 100,00 x 12,00%

ICMS Crédito = 12,00

Custo = (Preço de Compra – ICMS Crédito)

Custo = 100,00 – 12,00

Custo = 88,00

 

Faturamento Bruto = 150,00

ICMS de Venda = 18,00%

ICMS Débito = (Faturamento Bruto x ICMS de Venda)

ICMS Débito = 150,00 x 18,00%

ICMS Débito = 27,00

Faturamento Líquido = (Faturamento Bruto – ICMS Débito)

Faturamento Líquido = 150,00 – 27,00

Faturamento Líquido = 123,00

Custo = 88,00

Lucro = (Faturamento Líquido – Custo)

Lucro = 123,00 – 88,00

Lucro = 35,00

Lembre-se: O custo do produto não é simplesmente o preço de compra; é necessário considerar o ICMS crédito e débito para calcular o custo real.

É importante observar que este exemplo não inclui o IPI e o PIS/COFINS, simplificando para fins didáticos.

Assista ao nosso vídeo sobre o ICMS nas Operações Interestaduais

Quer entender o ICMS interestadual de maneira simples e direta?

Então, não perca o nosso vídeo explicativo, onde mergulhamos nos detalhes desse imposto, explicando as diferenças na tributação de produtos nacionais e importados, e como calcular o ICMS para suas operações comerciais interestaduais.

Assista agora para dominar o ICMS interestadual!

Conclusão

Chegamos ao fim do nosso guia sobre o ICMS interestadual, e esperamos que agora você tenha uma compreensão clara e prática sobre como esse imposto funciona, o significado e a importância do Código de Situação Tributária (CST), bem como as diferenças na tributação de produtos nacionais e importados.

Além disso, com o auxílio do simulador em Excel que disponibilizamos e o vídeo explicativo, você tem agora ferramentas valiosas para calcular o ICMS de maneira simples e eficaz, facilitando a gestão fiscal de suas operações comerciais interestaduais.

Entender o ICMS interestadual é essencial não apenas para cumprir com as obrigações fiscais de maneira correta, mas também para planejar de forma mais eficiente as estratégias comerciais e financeiras de seu negócio.

Lembre-se de que, em meio à complexidade dos tributos brasileiros, estar bem informado e preparado é o melhor caminho para evitar surpresas e maximizar a rentabilidade, conte com a Simtax pra isso.

 

Encorajamos você a utilizar o simulador, assistir ao vídeo e revisitar este artigo sempre que surgirem dúvidas.

A fiscalidade é um campo dinâmico, e manter-se atualizado é fundamental.

Caso tenha perguntas ou precise de esclarecimentos adicionais, não hesite em buscar mais informações ou consultar um profissional da área.

O sucesso de seu negócio também passa pelo entendimento e pela gestão eficaz dos impostos.

Como Obter seu Certificado?

Ao final de cada módulo, oferecemos uma prova de múltipla escolha com um total de dez questões. É necessário obter pelo menos sete acertos para ser aprovado.

Certifique-se de preencher corretamente o cabeçalho da prova, pois utilizaremos esses dados para enviar o certificado diretamente para você pelo WhatsApp.

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