Com as recentes mudanças da CMED, as indústrias farmacêuticas enfrentam uma nova realidade na precificação de medicamentos, especialmente aqueles que pertencem às listas negativa e neutra.
É fundamental que as empresas estejam preparadas para tomar decisões estratégicas e inteligentes diante dessas alterações.
Este artigo tem como objetivo esclarecer quais medicamentos serão impactados e quais estratégias podem ser adotadas para minimizar os efeitos dessas mudanças.
Entendendo a Nova Resolução CMED
A CMED alterou os fatores que calculam o Preço Fábrica (PF) e o Preço Máximo ao Consumidor (PMC) dos medicamentos. Esses fatores têm um impacto direto na lucratividade e nas estratégias comerciais das indústrias farmacêuticas.
Entre as mudanças, os medicamentos classificados nas listas negativa e neutra terão reduções automáticas no PF e no PMC. A seguir, confira algumas estratégias que podem ser adotadas para reduzir o impacto.
Estratégias Inteligentes para Evitar Impactos
Grupo 1: Medicamentos Não Gerenciados pela CMED
Os medicamentos deste grupo possuem NCM de medicamentos, mas não estão registrados na CMED ou em publicações como ABCFarma ou Guia da Farmácia. Para esses medicamentos, é possível manter o preço de fábrica, já que não são regulados pela CMED. A estratégia é clara: republique seu preço e informe ao mercado que ele permanecerá inalterado, evitando assim qualquer impacto negativo.
Grupo 2: Medicamentos Registrados na CMED com Preço Liberado
Os medicamentos deste grupo têm preços registrados na CMED, mas sem bloqueio de preço, permitindo à indústria ajustá-los para cima ou para baixo. Uma estratégia recomendada é comunicar às distribuidoras e redes de farmácias que o preço atual será mantido, evitando uma redução indesejada.
Por exemplo, se o preço de um medicamento deveria cair de R$ 100 para R$ 97, você pode optar por mantê-lo em R$ 100, garantindo que não haja impacto negativo para seus parceiros comerciais.
Grupo 3: Medicamentos com Preço Controlado pela CMED
Os medicamentos deste grupo são controlados pela CMED e seus preços são publicados tanto pela CMED quanto em revistas especializadas. Há uma oportunidade estratégica: muitos desses medicamentos estão atualmente abaixo do preço CMED por razões comerciais
Nesse caso, você pode ajustar o preço na CMED no dia 12 de setembro, mantendo o preço atual publicado nas revistas, o que minimiza o impacto para seus distribuidores. No entanto, será necessário recalcular o PMC do produto para refletir o novo cenário.
Negociação com Distribuidores e Redes
Se os seus medicamentos da lista negativa estão no grupo 3 e você não possui margem para ajustes, será necessário negociar com distribuidores e redes. Lembre-se de que o ressarcimento não deve ser calculado agora, mas sim com base no estoque efetivo no dia 12 de setembro, quando a mudança se tornar efetiva. Evite calcular o ressarcimento com base no estoque atual, pois ele pode variar até a data da mudança.
Além disso, o ressarcimento não deve ser simplesmente a diferença entre o preço de fábrica atual e o novo. A base de cálculo deve ser o preço de compra do distribuidor ou farmácia, considerando os repasses e descontos aplicados antes e depois da mudança.
Exemplo Prático do Cálculo do Ressarcimento
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Situação Inicial:
- Um medicamento é vendido por R$ 100.
- O novo preço de fábrica do medicamento passa a ser R$ 97.
- Ressarcimento inicial: A princípio, você teria direito a um ressarcimento de R$ 3 (R$ 100 – R$ 97).
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Aplicação de Desconto:
- Se você aplica um desconto de 40%, o valor de venda anterior passa a ser R$ 60 (40% de R$ 100).
- O novo valor, após o desconto aplicado ao novo preço de fábrica, seria R$ 58,20 (40% de R$ 97).
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Cálculo do Ressarcimento com Desconto:
- Com o desconto aplicado, o ressarcimento seria de apenas R$ 1,80 (R$ 60 – R$ 58,20), em vez dos R$ 3 calculados inicialmente sem o desconto.
Atenção: A CMED Pode Rever suas Decisões
Outro ponto importante a ser considerado é que, embora as mudanças da CMED estejam programadas para ocorrer no dia 12, existe um ofício da Sindusfarma questionando a decisão da CMED, apontando que ela contraria princípios previamente estabelecidos pela própria entidade.
Portanto, é possível que a CMED revise sua decisão. Por isso, é aconselhável acompanhar de perto as atualizações e adiar o pagamento de ressarcimentos até que a decisão seja finalizada.
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Para entender melhor como essas mudanças podem impactar o seu negócio e como tomar decisões estratégicas, assista ao nosso vídeo sobre as novas regras da CMED.
Conclusão
Com a nova resolução da CMED, as indústrias farmacêuticas precisam estar atentas às mudanças nos preços de fábrica e no Preço Máximo ao Consumidor. Estratégias inteligentes podem ser adotadas para evitar impactos negativos, garantindo que os negócios permaneçam saudáveis e competitivos.
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